quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

aqui perdida
dentro de mim,
procuro você do lado de fora
pra me puxar pra qualquer superfície.

na maioria das vezes, vejo
mas até quando tá perto
não sinto
vou experimentar não ver,
pra sentir.
e quando eu menos esperei
me inspirei
só não soube o que fazer com tudo aquilo
acho que engasguei
me sufoquei
ainda procuro uma forma sutil de vomitar tudo isso
confesso que até tento
fazer com que isso
se pareça com as flores.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Intimo Partilhado

compartilhar a
toalha de rosto
e o íntimo.
o vento,
insiste
em tentar
levar,
as linhas
das minhas palavras.
quando vão inventar,
o teletransporte
pra poderir lá?
e a leitura ocular,
pra substituir senhas?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

é,
quereria eu
quando penso,
narrar.
não significa
o inverso,
não ser a melhor
visão.
outra versão
do mesmo.

domingo, 9 de novembro de 2008

não sei até onde
pode querer
nem sei até quando
vou querer continuar nessa
de ficar querendo
na verdade essa constante
que a zumbizar não para nunca
de me mortificar
me faz crer
que vou querer
pra saber até onde vou querendo.
aqui chove forte
chove até pedra,
trovão e raio grande.
eu, uma vontade palpitante.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quando é assim
desse jeito que não engano nem a mim.
eu gosto.
tão fugaz,
leva junto
minha paz,
espero.
depois você traz?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

quando cheguei aqui pra falar
não lembrava como começar.
ensaiei,
rimei,
procurei uma palavra,
tentei comparar com risos
com casos
e com caras
no fim, eu lembrei
que era tudo junto
que eu gostava
e não adiantava falar sobre partes.
o dia que souber falar sobre todas as partes juntas,
eu volto
aqui.
por enquanto, vou juntando nossas partes.

domingo, 5 de outubro de 2008

as pequenas doses,
de grandes
verdades embriagantes.
dormindo e acordando
o som dos nossos risos,
vão equalizando.
vou pensar legal
pra sair o ideal,
pode ser isso, né?!
pra eu subir
no seu pescoço,
e morrer
na sua nuca.
muito assunto,
muita insônia,
a solidão dos travesseiros

não me suporta.
me encostei,
deixei de imaginar
me tornei concreta,
somos nós,
mesmo quando
ela era ela.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

wandemberg diz (13:40):
mas vai ser à tarde.
ÐΣßøЯΛ diz (13:41):
mas a tarde é tão grande,
ÐΣßøЯΛ diz (13:41):
no inicio ainda tá frio e no final já tá escuro,
ÐΣßøЯΛ diz (13:41):
de tão grande que ela é.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sombra,
um pedaço da noite que
sobra,
pra levar no dia.



a flor do dia

a flor de alegria

se fosse ana

era FLORiana.

sábado, 20 de setembro de 2008

sabe,
adoro adorar, deixa
eu
ficar adorando você?
eu
adoraria.
Nunca comi
nenhuma outra
igual a ela
percebi que viajei.
naquela maionese.
descascar doces
e jogar no pé.
da mesa.
viajando em conceitos
conceituando viagens
e/ou/ainda,
sempre um conceito, do conceito
sem preconceito.
respire,
pra me inspirar.
o tempo vai conspirar a favor,
o que eu quero ver,
você vai me mostrar, sem nem perceber.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu aprendi

que eu queria
desaprender.

Eu aprendi

Que eu realmente
tenho medo
de ser inocente.

Eu aprendi

que eu preciso admitir erros, mesmo que o orgulho
faça-me lacrimejar,

choramingar,
lágrimas salgadas.
não é contagiante.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Intensidade com S.
S de sensibilidade
não me faz sentir pouco.
Sinto muito.
Uma dose de carinho,
e uma grande porção
de pequenas emoções.
A maldita insônia
de esperar
o amanha chegar.

Segunda-feira.[1]

Uma menina
um canudinho
e o coco verde.

Segunda-feira.[2]

Um mendigo
uma parede
e a bola amarela.

Segunda-feira.[3]

Um céu
uma nuvem
e o sol alaranjado.

Eu estava viva


E foi assim que começou a música de quando eu tinha quatorze anos, o nome daquela música era o nome da pessoa que saísse de mim ganharia. Passaram-se quase cinco anos eu torno a ouvi-la.
E o lugar mais propício pra eu acender aquela vela qual era? O quintal, voltei pro quintal após ter tomado uma xícara de café, e o som daquela música era mais que contagiante, embalava na balada que insistia em abalar eu comecei a entrar quase que sem sentir ou sentindo demais meu corpo seguindo o movimento daqueles instrumentos de cordas e sopros.
Eu me sentia viva cada vez que eu colocava os pés no chão, o meu pé quente e seco com a sujeira que expelia do chão do quintal, o vento batia e batia com a força do vento aliado com os movimentos fortes das folhas da bananeira, ventando, esquentando, o sol aquecendo, e meus pés pulando, e o vento levava meus cabelos que estavam soltos por ser a hora em que eu acabara de acordar.
Era como se onde eu estaria naquela exata hora houvesse muita ausência de gravidade, e aquela dança tomou conta de tudo, fomos eu e ela acontecendo, à medida que ela ia tocando eu ia me revigorando, renovando, dançando, girando...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

conclui que
eu realmente
gosto de rir.
alguem que sinta o que é sentir.
e saiba diferir.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

com tanta água limpa
em comunhão com água suja
tudo cristalizou-se.
A cobra criada
não passa frequentemente
no mesmo lugar,
sabe que assim
não vai comer seu próprio rabo.
Essas palavras
cheias de discordância
e ausentes de conclusões.
eu em êxtase
quero falar mais.
A ferpa,
que insiste em habitar
o mesmo corpo
que eu.
Ah! Os comprometidos
com a tarde.
Como traria
todos pro lado de cá?

A manhã de hoje

a contente miopia
de ver tudo detalhado
entre cabelos não muito curtos,
lisos e castanhos
o foco
do verde vivo.

Morgana moderna
morgando
como Monalisa
na monografia
sobre o monoteísmo.
Essa ansiedade
que me tráz inquietude
me deixando dentro
da ofegante euforia.
E no relógio os ponteiros parados.
uma grande e constante
quantidade de paixão

pelo motorista e pelo cobrador
pelo carpinteiro e pelo zelador
pelo lixeiro e pelo passageiro
onde guardar essas breves paixões?
ao redor
de pessoas,
eu transbordo.
Ah! que grade a tristeza
de carregar meu coração
até quando ele se acaba
numa nítida explosão,
eu desfazendo dele
ele incandescendo em mim.
Um pouco de tudo
que chega a quase nada,
como poderia eu
continuar a nadar
lado a lado de um peixe
sem origens
num imensidão
infindável de mar,
com tantos risos
e choros
advindos, do nada.
Você,
não é o ser,
que pensa ser,
não é o ser
que fala ser

você,
projeção de fatos
você é o ser
que não sabe que quer ser
sua consciência
chama-se inconsciente.
...a diferença
é que esse ônibus
é um espacial especial.
Como é lá?
onde todo mundo vai
quando vai embora.
O amor
sobre belos móveis,
entre plumas
e vigias.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

cai,
machuquei, mas
já levantei
fazer
um filho
por completo,
uma pessoa inteirinha
que eu fiz.
o acaso
é constantemente
o caso da questão

eu como, ele come, como come, como comer.

come
como canibais, come
como animais, come
como poesia
como come.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

comigo ou consigo, no fim lembraremos.

consigo comigo,
frequentemente
me lembrar,
que não lembro
o que ficou no ar.

Era pra ser o título

Depois
que vejo,
parece Dejá vù

Lembro-me do esquecimento

o foda,
de um dadaísta
apto ao uso de Tetraidrocanabinol
é que nunca vai recordar
a razão, daquele
poema subliminar.

Quase um sol tupi-guarani

Nunca conheci nada
que eu gostasse tanto
como gostei
de gostar de você.

constante adaptação de mim.

Isso, de eu
ser sempre eu
demasiadamente
me amedronta,

se pudesse
ser outras,
estaria mais que pronta.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A que ninguem podia ver

Risos verdadeiros
de várias formas
e efeitos.
Uma cor sem muita sombra
uma cor não colorida,
esse bendito Preto
que não sai da minha vida.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Procura-se

festa,
que entre sem pagar
e seja open bar.

Amor

Meus amores imortais,
flores artificiais.
Meus amores verdadeiros,
todos mortos.

vinte e quatro horas

agora,
do lado de fora
do lugar
que não tem lados.

selvagem ténue

brutal sutileza
de comer
com os olhos.

Dadá

Desabafo
desequilibrado
em um instante
não terei lembrado.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Até querendo não querer

Homens que escolhem uma patroa
homens que escolhem uma mulher.
E mulheres
que escolhem o que quer.

pedaços de mim

"Eu sou feito de:
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de:
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de:
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou:
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Já Tive:
Noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu:
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas:
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade:
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo"

M.M.
"Sempre desprezei as coisas mornas,
as coisas que não provocam ódio nem paixão,
as coisas definidas como mais ou menos,
um filme mais ou menos ,
um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador,
é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados,
e com eles sua raiva,
seu orgulho,
seu asco,
sua adoraçao ou seu desprezo.

O que não faz você mover um músculo,
o que não faz você estremecer,
suar,
desatinar,
não merece fazer parte da sua biografia."

M.M
"Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas."


C.D.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

os meios e uns meios

Um meio atrás
um meio na frente
e o meio,
de fazer um inteiro.
Bulimia,
duas vezes o sabor
nenhuma caloria.

você uma bulimia?

O caminho do reto é o torto

filhos crescendo
mães envelhecendo
aparências aparecendo

caminhos nítidos

caminhos míopes,
experimento caminhos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

incandescente

___O mínimo da razão.__________________________
_______________Na minha subjetividade___________
___o máximo da paixão__________________________
_________________________o avesso da identidade.

Subiu em meu pescoço
fartou-se do meu cheiro
Impregnou minhas roupas com seus beijos
Fez em mente, o desenho de minhas costas
E devorou-me com as mãos.

O beijo mais voraz,
o desejo mais feroz,
alimento de avidez.
Quando me dei conta
do tempo
que a tempos não me dava,
hoje já era ontem
e o amanha
tinha acabado de acontecer.
Zero, zero, zero e um.

domingo, 17 de agosto de 2008

O contentamento descontente

Toda vez
que me pego,
pensando em você,
pego você
em pensamento.
Início da campanha
de ter uma companhia
que te acompanhe.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Solução pra soluços.

Soluçando
alguns soluços
pra solucionar.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

presumo

O que quero com você?
matar,
minha vontade
de te querer.

Arrebatando

Seu beijo,
é bicho,
carne.
Selvagem e viril
me arranca sangue com cautela
Doce vampiro.

Reticência

Interruptor,
por causar interrupção
você ficou interronpido.
Interronpeu,
constantemente, interronpendo

anglo-saxão

Quando
nada se compreendia
e nada
era recíproco
passei a falar comigo.

Mas ainda assim
sempre
discordo de mim.

É imensa a paixão
que me faz perder sempre
a razão.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Pra você querida mamãe.

Você ao meu lado
é como
se não existissem lados
pra você estar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Masturbação mental

Trazer seu perfume
pra desentristecer
meu ar
bom,
belo,
e deliciosamente divertido.

Um branco, um zero, um giz.

“Só o cheiro
do teu cheiro
não consegue
Ser tão fugaz”

Sobre homens e livros

Homens como
livros,
abstraia o conteúdo
e vá
pra próxima biblioteca.

Sobre tênis, edifícios e carmas

Sem ver o por do sol.
A razão é a de sempre,
sempre a mesma.


O edifício que esconde o sol
está próximo demais de você
e longe do sol
ou próximo demais do sol
e longe de você.

Sobre tênis, edifícios e carmas.

Via uma parte,
a que não era encoberta
pela boca da calça
Boca de Sino.
O que eu desejava ver
era o que ficava a desejar.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sobre nome próprio

é o nome
que vem depois do nome,
é próprio
mesmo sendo
sobre.

toca de cá, toca de lá.

Vontade de DOrmir com você
meu REmédio insubstituível
parece até MIragem
FAscinação
SÓ sei que fico assim daqui
você fica assim de LÁ
e com uma SIlaba
faz-me uma canção de ninar.

Olhos de Shinigami

Com eles
poderás ver
o que já em mim
não pode florescer.

terça-feira, 22 de julho de 2008

durepox

Junte as massas
até virarem uma,
jogue água,
pronto!
O par perfeito.

Ermo.

Faltando-me pessoas
sobrarão
as palavras.

Pêlos negros.

Quando,
não mais estiver
em minha companhia
ouvirei seus latidos
e enxergarei a luz azul
no fundo verde,
assim, adormecida e serena.

Suruma.

Ela, pode dar-te
o prazer de crer
estar no poder
e no controle,
estando assim
vulnerável
e em exposição.
Enquanto ela
controla, o seu controle.

Dourados em meio às cores.

Quanto mistério,
a pele branca
sobreposta no vermelho
quanto mais o sol ardia
mais, o dourado
brilhava.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Permita-me?!

Quando percebi
que pressupostos
sobre você
nada mais eram
que subestimação.

Notei que
você não mais
falava e me beijava
e que a chama
que estava acesa em você
era a brasa
pra minha sobreviver.

Ah! Mais que beleza de mulher
que me apaixona só quando
me quer.

A deixa foi embora

Não deixe
as deixas
não deixarem
você deixar.

Ri, Rir, Recordar, Ricardar.

Rir, quando
o resto
é pensar.

Se tudo de bom, fosse agora, tudo seria bom.

O bom em
grande dosagem
do bom de ontem,
hoje
e o bom de sempre,
Agora.

Equação da paixão

É paixão demais
Por todos os lados
E em todos os lados
Nas cores
Nas flores
Nos amores.

Sem administração
Sem saber fazer conta
Do quanto existe.

É gritar paixão
E doar paixão
E não se suportar
De tanta paixão.

Vender paixão
Compartilhar paixão
Transpirar paixão.

Gozar paixão
Alimentar-se bem
Não digerir a vida cinza
E vomitar paixão.

A paixão...
Ela não vai
Onde precisa ir
Não consegue alcançar
O que grita socorro.

Saudosista do futuro

Não mais existe
por deixar de existir.
Não mais existe
por ainda não existir.

B
aseado na saudade.

O mesmo de antes.
O mesmo de amanhã.

Inteligencianômetro

Decidido,
acreditei
eis que terei
o pior amor
pois ainda sim
será melhor
que a solidão
que permanece.

Mutável,
tornei a pensar
então vi
não me proporcionando
a verdadeira companhia
não roubaria minha única verdade
a solidão.

Mas,
pra quem gosta
de maçã
ficará com todas,
pois todas são iguais
e boas.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

pressupomos a negatividade da pressuposição.

Tenho-te em excesso
até quando
você não está perto.

Excesso, é como vício
sem controle
torna-se ruim,
ruim
de tão bom.

A situação subestima-me
e eu pressuponho
mais que devia.

Ane e o Mar, o Mar e Ane

Ane,
porque o resto
é apenas todo
o Mar.
Mar-i-Ane.

Minha constante companhia de mim.

Na falta da sua
fiz de mim
minha companhia.

Na falta de palavras
fiz dos soluços
meus consolos.

Na falta de respostas
fiz das dúvidas
alicerces.


Das incertezas e tristezas
a base
pro meu pensamento

A ausência de alegria
a razão
pra toda essa ironia.

Os risos
tornando-se
sinonimo de sorrisos.

Artificial
faltando palavras
silencio falando alto
braços cruzados,
cruzados em minhas costas
pernas cruzadas
entrelaçadas entre si

Ah!
como aquele dia de inverno
como aquela posição na cama
como aquele surpreendido suspiro
como aquela inesperada atitude
como aquele temperado beijo
como aquela temperatura
que ainda hoje habita em mim
mas não é inverno nem verão,
um misto, equalização
. Temperado.
Numa piscadela
pude ver o
piscar dela.
Desde que meus
dias não são
poesia.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Que hora é
a hora
que melhora?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Desatinar

Não ter perto
faz-me procurar
ter perto
faz-me consumir
o consumo insaciável
faz-me querer mais
matando regradamente a vontade.

A presença
faz-me consumir enquanto tenho
a ausência
torna-se chuva de desespero
rios de ansiedade
ventos de saudade
tempestades de pensamentos
ruas de solidão
palavras engasgadas
dúvidas entre um suspiro e outro
cálculos sem nenhum resultado
pensamentos contradizendo os próprios pensamentos
e você abraçando uma explosão.

A chave das sete portas

Quando não
mais agüentar
volto a procurar
o ávido desespero
de morte da sudade
e necessidade
que toma conta de tudo.


Inconstantemente, mas
as vezes mais presente
que essa ausência
Desde que não
é sempre poesia
continuo balbuciando
o que antes preenchia.
Na ausência do ardor
dos beijos
palavras ficam soltas ao vento
angustiante espera
por um resultado
como se tudo fosse
uma eterna equação.


Qual lado correr
em qual árvore parar
qual esquina não cruzar?

Enquanto tudo
continua acontecendo.
E um dia
com o mesmo sol de ontem
deixou de dizer doces e poesias
se tornando amarguras e
noites frias

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Saídas e soluções.

Na verdade tudo que eu queria
Eu não sabia explicar nem quando tinha
Impossível agora explicar o que quero
Se não sei explicar o que é, nem quando tenho.

Mas ainda quero, quero e quero.

Patologia e medicação.

Amor constante
sinônimo de
chuva de poesia.

domingo, 29 de junho de 2008

Intenção de intensidade

Mesmo não querendo
ela insiste em ser
e vem sendo a muito

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Os fumantes não fumantes

Adoro não fumantes
que odeiam fumantes
na área de fumantes

Ir dói

Solução pro
desapego,
viver sem ninguém

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vamos acreditar na doçura do morango.

Vai chegar o dia
Em que a vida
Seja apenas poesia

Inatingível

Quando chegar a hora
vou descobrir a forma
que possa dizer
tudo que refleti.

Consumo

Qualquer aroma
que traga,
será tragável

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Insaciável mesmo diante do alívio imediato

Completo alívio
Abandono de egoísmo
Fecho a página
E aguardo outra embriaguez

Impercebível aos olhos crus

Como vida inteira
Vem, passa
Sorrateira

Penso pouco que seja uma pena ou um pêlo pelos pêlos.

Se pra pensar se penso
preciso pensar
o tempo todo
estarei a te relembrar.

Tudo que houver é amor.

Se tudo há de ser poesia
e poesia nada mais é que o amor
que habita todos os cantos

Logo,
é ver o amor em todo lado
é a pureza e a doçura
ter olhos capazes de ver amor em cada coisa
em cada gesto
em cada voz
em cada pessoa
em cada coisa
e em cada fato.

Então tudo que é coisa grande
vira coisa pequena,
por caber em algumas letras

Ansiedade com chocolate

Conclusão de quê,
almejo
cada dia me conquistar.

Com você daí


E assim de longe
Só sei saber
Que a dúvida fica.

Vamos, como todos.

Todos que vão,
Darão a volta
E voltarão.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Conteúdo da confusão

Gostar!
Da distração e atração
que existe
na semelhança e oposição.

A inspiração no Prato Diário

"Prato Feito

Sirvo-te com olhos
mãos
pés
pernas
gestos
silêncio
abraço
tesão
carinho e
palavras
penso que assim
possas ter uma saudável refeição amorosa"

Wolney

Querer o quê.

Até não querendo,
preciso falar com você
é como se toda vez
que tivesse essa sensação
estaria esperando ouvir uma coisa
que eu não sei o quê
mas que vai fazer bem
pra alguma parte do corpo

É preciso e necessário,
só não é reconhecível
a essência da necessidade.
Sem palavras
sem pensamentos
esse vazio faz agora
tudo virar tormentos.
Ciúme sem razão
torna viva
a razão por ciúmes.
Por não te querer
te quero
graças a tantos quereres.
Se fosse pra matar
a vontade
mataria você.
Vontade incontrolada
pra controlar
jogo o controle fora.

Tentar a tentação

Quando o que sempre quis chega
não é mais o que sempre quis
é o que conseguiu.

Fica
com gosto de fruta fresca
com fome e com fascínio
com sabor de salpicão
com amora e com amor
com ternura e com tesão
com doces e dedos
com beijos e brasas
com pressa e sem partida
com carinhos e caretas.

Primeira solução

Entrar em mim
pra saber
o que se passa.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Fazer o feito desfazer.

Você daí
faz o pensamento aqui
não saber pensar.

Veemência

E essa viagem que não sai do lugar
o querer não querer surpresa
o amanhecer de dúvidas
e o repouso não mais profundo

O dia repleto de incerteza
a incerteza que deixa
a curiosidade de crer

um mundo novo
um mundo velho
um mundo que sempre existiu
mas que começou agora

um mundo diferente de mundo
um mundo a desbravar
a conhecer,
um novo universo
um sistema solar infinito de universos
e o íntimo do seu universo
em comunhão com tantos outros

todas aquelas perguntas
todas as questões
tudo contra
a resposta que serve
apenas pra te confortar
não pertence mais
nada disso vai fazer parte
e a busca pelo concreto
é buscar o que precisa,
é ávido de forma
que tudo nunca foi.

Entre cinco

O sapato de cristal
a bola de natal
o amor de carnaval
e você, uma vogal.

Rua viva, viva de vida.

Inspirada pelas cores
faço ver-me sons

de sons que vejo
faço haver palavras
palavras não ditas
faz-me ouvir

então tudo na mesma direção
vai essa rua de sons
cores
e palavras

essa rua de pedras
de gentes
e anos

a que passamos
que Ela vai passar
e que Ele já passou
mesmo não querendo
você vai estar nessa rua
até que por fim
decida não ter mais rua
logo assim
nem cores
nem sons
nem palavras
nem pessoas.

Prato diário

Pra não quebrar rotina
de coisa boa todo dia
vim aqui como menina
a menina prato do dia.

Exclamar a interrogação

Escrever
sobre dúvida,
ponto de interrogação.

Afirmar a dúvida
ponto de exclamação
na interrogação.

Razão de não saber

Se souber
não mais razão teria eu
então não sabendo
razão tenho do que não sou eu

Nomeador denominado dominador.

Denominando-se
dominador
do que acaba de nomear.

Não saber que não sabe de nada

Não saber
o que quer saber
é querer saber
o que ainda não sabe.

sábado, 21 de junho de 2008

Paradoxo

Quando você perceber
que a causa dos seus problemas
nada mais é que você.

As pessoas serão mais interessantes
o mundo será mais agradável
a solidão não será mais importante
a angustia não tomará mais conta de você.

O dia que você perceber que o problema
nada mais é que você
você talvez deixe de ser você
ou você se adaptará em algo
que nunca foi adaptável.

O dia que tudo isso acontecer
e o prazer de todas as dúvidas
deixarem de existir em você,
me convide pro seu mundo onírico

sexta-feira, 20 de junho de 2008

“moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia

vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia”


P. Leminski

Se

Se tudo não fosse nada
se querer não fosse querer
se você não fosse você?

Se a beleza não fosse linda
se acordar fosse dormir
se sorrir fosse alegria.

Se acreditar fosse desacreditar
se esperar fosse acontecer
se o calor não fosse sol
se o frio fosse realmente frio
se a presença fosse ausência
se os lugares não fossem lugares
se as respostas fossem as perguntas?

Se o abraço não fosse aquilo
se as palavras fossem frases
se vontades fossem instantâneas
se os lados fossem da mesma moeda
se o coração não fosse o que esperam?

Se tudo vai ser
acreditar que pode
vai ser a inocência
pura e doce do que queremos acreditar
alimentar esse desejo
e almejar que possa ser.

Nada seria
Se...
Se fosse Se

Tudo o que houver, tudo que ouvir

Cantar
e dizer
mesmo que não pareça
você
vai permanecer.

Despertador

E você esperou, e Ele
vai embora
é como você imaginar
que o que você esperou
o que você encontrou
agora vai pelos seus dedos.


Aquele calor que você sentiu
aquelas mãos que sempre
aqueciam a suas,
aqueles olhos que curavam,
aquela presença...

De repente seu mundo
deixa de ser o mundo
o que você escolheu a mobilia
vai faltar um quarto
talvez o quarto
a sala
a cozinha
ou como um membro
seus braços
seu coração...

Um misto de alegria e tristeza
de orgulho e desprazer
de dúvidas e compreensões

O que foi vivido
foi vivido
o prazer de encontrar
foi o prazer de encontrar

O alívio imediato

as respostas
as soluções
o não acreditar
o medo de acontecer
o medo de não acreditar
que o sonho não era sonho

E se torna um egoísmo
sua dor e mais nada
angustiante espera
esperar pelo que não vai acontecer
esperar pelo que já veio e já foi
esperar pelo que já aconteceu.
Esperar pra que você
possa sair do seu mundo
e sua miopia de mundo
faça você ver o mundo do próximo.

E você continuar sem ver
sem sentir,
sem ter certeza,
sem realmente acordar do sonho
até que o despertador te chame,
até que não haja mais tempo
até que o tempo que você levou pra acordar
foi tempo da sua vida inteira
até que não acorde

por não querer acordar.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Atrevimento

Inspirei.
Caminhada de ida e vinda
por querer
te encontei

Costura com máquina

Vem devagar
mas a voracidade me paralisa
como quem quer devorar

eu, completamente inerte
faço seu, tudo que está
em suas mãos

Muda

Como se tudo viesse do vazio
Eu encontrei palavras no meu coração
como seu sorriso foi a terra
e seu abraço foi a água

seu amor plantou em mim
essa espécie que desconheço
ainda não sei o nome da planta
mas vejo a cor das flores
e já sinto o sabor dos frutros.

A presença ausente

Presença sutil
caminhar pacifico de todos os carmas
e o paladar mais doce experimentado
palavras, as mais tragáveis encontradas.

Dia como outro qualquer
lugar comum
pessoas que riam pra não rir
conversas por todos os lados
música que soavam bem aos ouvidos
palavras ditas com todas as intenções
bebidas expostas à mesa
e ao teu lado
a rápida presença
do que sempre
deveria estar presente

O dia da noite

No dia da noite
cada minuto foi glória
cada sorriso foi lágrima
e cada lágrima uma conquista.

No dia da noite
eu abracei fortemente você.
Agi como se fosse tudo comum,
mas não!
Era tudo novo, inédito.

Cada garrafa,
foi como a maior degustação
foi como degustar até o fim
sem desviar meu pensamento disso
foi ouvir cada nota daquela música,
como se ela fizesse parte do dia da noite.
Tantas pessoas
e um único mundo pra todas aquelas gentes
alegres,
eufóricos,
embriagados,
risonhos
e contagiantes.
Tudo era de uma única posse
os ventos,
os frios,
as estrelas,
as pessoas,
e as horas
e pertencia ao dia da noite.

Um calor de brasas
tomou conta de um único lugar
foi quando tudo estava perto
e todos estavam perto
ansiedades,
vontades e
esperas.
Simplesmente esperar
pelo que o dia da noite
tinha pra oferecer
Ele nunca terminava
Ele continuava a acontecer
e sem nunca chegar ao fim,
ainda que eu quisesse ver o fim
apenas pra contemplar
o final da serena eternidade.

A força que tomava conta dele
trazia mais cores
pra que ele ficasse no mesmo lugar
e ficou, com todas as cores,
amores
e prazeres
ficou com dúvidas,
loucuras
e esperanças.
até que enfim
o dia da noite se foi
ficou apenas ele em mim
como tudo que ele foi
no dia, em que ele
foi o dia da noite.

Aquilo que não foi pensado

Então comecei a escrever
só pra dizer que estava fazendo
aquilo que em alguma hora pensei em fazer

Mas a ruas continuaram paradas
as as pessoas continuaram andando
e tudo continuou no mesmo lugar
todo mundo sem destino e sem partida
sem chegada e sem alívio

Ousadia da Expressão

Prescionou em começar
não começou
sem nada saber
tudo já estava ali
e existia

O que ficou na parede
foram as marcas de seus dedos
que num misto de frio e calor
não se conteve
em dizer pelos dedos
como foi naquele minuto.